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O QUE É A VERGONHA?


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Pelo dicionário a vergonha pode ser definida como o sentimento de pudor ou receio de desonra, um constrangimento ou embaraço. Quando sentimos vergonha estamos acessando um dos aspectos do nosso orgulho. A vergonha abre portas de acesso às histórias de trauma e dor que habitam nosso inconsciente.

Ao lidarmos com a vergonha estamos iluminando os porões do inconsciente, limpando as velhas memórias que ainda teimam em nos influenciar. Na vida adulta se não estivermos atentos e conscientes aos nossos padrões psicológicos, o inconsciente tem o poder de nos arrastar.

Desde a infância fomos ensinados a nos conter, a reprimir certas emoções que fazem parte da natureza humana, emoções ditas “não boas” ou “não espirituais” como a raiva, o medo, a vergonha, a inveja etc.

Devido aos nossos comportamentos a vergonha foi incutida em nós na infância (ninguém escapou disto). Os pais (e nisto eu me incluo) na ânsia por educar os filhos a fim de que sejam boas pessoas, por preocupação e mesmo na tentativa de controle sobre determinados comportamentos utilizam-se de sermões ou punições, e isto contamina o sistema da criança. Uma criança que se comporta mau está se sentindo desencorajada – os comportamentos infantis estão baseados nas crenças de não-aceitação, não-merecimento ou falta de importância (“não sou bom o bastante”; “ninguém percebe o meu valor”; “não mereço o amor dos meus pais” etc.) e as nossas críticas como pais geram sentimentos de baixa autoestima, raiva, vergonha, culpa – o que gera sofrimento emocional.

A punição mesmo quando disfarçada de consequência lógica serve para perpetuar o ciclo de vingança. Encorajar não é incentivar o mau comportamento e sim eliminar a necessidade do mal comportamento. As crianças são péssimas intérpretes, seus comportamentos são baseados no que elas pensam que é a verdade e não na verdade (a verdade é que como pais estamos tentando dar o nosso melhor, mesmo que não saibamos exatamente a forma mais adequada para que as crianças nos compreendam), então, paciência com os pequenos, dessa forma eles podem nos entender. Diga a eles a verdade, com amor, clareza e respeito. Não vale punir pelos “maus” comportamentos e sim os redirecionar ao que é saudável para a convivência em grupo.

Como adultos não precisamos sentir vergonha do que sentimos ou de ser quem somos. Todos os nossos equívocos, acertos e desacertos, aventuras e sucessos nos renderam uma bela bagagem de sabedoria. Erros são oportunidades para crescermos em amor, não precisamos nos envergonhar pelo nosso processo de aprendizagem enquanto espíritos na escola da Terra. Podemos nos permitir viver nossas experiências e cometer nossos equívocos, assim vamos nos gabaritando a errar cada vez menos. A bagagem espiritual é a somatória de todas as nossas experiências passadas, bagagem que nos permite estar onde estamos – sem nossos erros não descobriríamos boa parte de nossa genuína luz. Não precisamos nos envergonhar do nosso passado nem de nossas atitudes: com amor e respeito tudo pode ser dito, temos o direito de expressar a nossa verdade: a verdade do nosso coração (muitas dores só são curadas quando compartilhadas, faz parte do processo de cura). Podemos deixar ir a velha bagagem emocional e levar conosco a sabedoria adquirida, juntamente com as habilidades que já fazem parte do “pacotão” de quem somos 😊. Quando renunciamos às velhas emoções damos oportunidade para que novos e saudáveis padrões emerjam de nosso mundo íntimo.

Não precisamos ter vergonha ou culpa pelo que sentimos, nem pelas experiências que o fluxo nos permitiu vivenciar. Há lições de alma que só poderíamos ter aprendido mediante determinadas situações, mesmo que muito dolorosas.

Mudamos a cada encontro e desencontro. Ainda bem!

Honre, proteja, ame e integre qualquer dor ou aspecto seu que não tenha recebido o que era necessário, são partes suas que não receberam a devida atenção. Se apoie nesta vivência de autoacolhimento. Nunca é tarde para se autonutrir e dar a si mesmo o que você não recebeu na infância ou mesmo ao longo de sua vida adulta.

Descarte o que não mais se alinha à verdade de seu coração.

Se você (assim como eu) está fechando um ciclo, deixo como sugestão este exercício (você pode dizer a si mesmo): Neste momento utilizo meu livre-arbítrio e escolho abandonar os sentimentos de vergonha, culpa, dor e apego que ainda estão reverberando no meu campo de energia. Com amor incondicional eu me perdoo pelas situações em que me coloquei, me perdoo por todas as situações que me causaram vergonha, sofrimento e dor. Também escolho perdoar a todos que me fizeram sofrer de forma intencional ou não. Peço ajuda ao Espírito do Amor e em meu coração perdoo a todos que me fizeram sofrer, mesmo que estas pessoas não tenham tido a humildade em reconhecer seus equívocos para comigo e não tenham me pedido perdão - neste instante eu as libero e me permito seguir em liberdade. Peço perdão a todos a quem eu feri de modo intencional ou não, também sou aluna na escola da vida, já compreendi que não preciso ser perfeita, eu também estou aprendendo.

Dou-me permissão para ser livre, assim posso alcançar a alegria que habita meu próprio Ser. Neste momento deixo o passado ir embora e abraço o crescimento e as lições aprendidas, deixo ir o que me causou dor e sofrimento. Eu escolho recomeçar.

Com amor,

Terapeuta Aline Keny

 

🖋️ Fontes que serviram de base ao texto: Disciplina positiva – Jane Nelsen e O Oráculo de Kuan Yin – Alana Fairchild.

 

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